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Chronica do bispado do Funchal nos primeiros seis meses do Governo do snr. D. Patricio Xavier de Moura 

D. frei Patrício Xavier de Moura e Brito (c. 1800-1872)
Funchal, Tipografia da Ordem, Rua da Mouraria, 1860
Organização do cónego D. Aires de Ornelas (1837-1880) (atr.)

D. frei Patrício Xavier de Moura e Brito (Setúbal, c. 1800; Lisboa, 19 set. 1872). Frade graciano, havia sido capelão da infanta D. Isabel Maria (1801-1876), dada a sua magnífica voz, chegando mesmo a cónego da capela real da Bemposta, mas retirando-se com a subida ao trono de D. Miguel (1802-1866) e fixando-se como pároco de Vila Franca de Xira. Conheceu aí, então, um dos administradores da Companhia das Lezírias, José Joaquim Januário Lapa (1796-1859), depois 1.º visconde de Vila Nova de Ourém. Conta-se que num jogo de gamão com o futuro titular, o mesmo lhe teria prometido, em gracejo, que se um dia fosse ministro, o promoveria a prelado. Assim aconteceu e, subindo o visconde a governador de Lisboa, a 15 nov. 1847, logo o prior de Vila Franca se apresentou em Lisboa, conseguindo ser provido na mitra de Cabo Verde. Apresentou-se em Cabo Verde em 1848, mas não se fixou, em permanência, na Ribeira Grande da ilha de Santiago, estabelecendo-se na ilha do Fogo e circulando pelas ilhas de Brava e São Nicolau, entre outras. Veio a pedir a transferência, em julho de 1858, sendo colocado no bispado da Guarda, mas conseguiu, entretanto, a colocação no bispado do Funchal. Tomou posse do bispado do Funchal, por procuração, a 28 maio 1859, entrando, solenemente, na sé do Funchal, a 18 de setembro do mesmo ano de 1859. Teve inúmeras dificuldades no seu governo no Funchal, acabando por abdicar, em 1870, no deão D. Aires de Ornelas de Vasconcelos (1837-1880), já então nomeado seu sucessor, retirando-se em março de 1871 e falecendo no ano seguinte em Lisboa.